Fui nesta quarta-feira, dia 17, conferir a colação de grau da nova fisioterapeuta, Siana Monturil, minha amiga de longa data e das próximas que virão. A cerimônia foi seguida à risca (principalmente na pontualidade), mas o que faço toda a questão de citar é o discurso do professor que recebeu a placa daquela turma. Fico devendo o nome dele, o que posso dizer é que além de aparentar ser muito novo, o sujeito comentou sobre a importância de se VIVER O CURSO. O seu texto foi simples, porém eficaz.
Enquanto eu pensava que já estava bom, o filho da mãe foi além, ao declamar a poesia NA VIDA do poeta Pablo Neruda.
NA VIDA
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.
Pablo Neruda
*Dedico este poema à fisioterapeuta Siana Monturil, à minha mãe, à Juliane Souza e à pessoa que acaba de ler este poema.
Um comentário:
Amigo, ainda bem q vc postou isso. Me fez relembrar das poucas coisas que lembro daquele dia! Estava tão nervosa e estressada ao mesmo tempo que não consegui aproveitar um momento tão especial.
Te juro que não lembrava nem o nome da poesia...
Siana
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